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Energia Solar na América Latina

Muito ainda precisa ser feito quando o assunto é explorar o potencial da energia solar na América Latina, apesar do crescimento do setor na região. Está claro que há muito trabalho por fazer e que, com o apoio massivo dos governos e de todos os segmentos da sociedade, o desenvolvimento traria incontáveis benefícios. Alguns dados relevantes já foram divulgados pelo Banco Mundial, que vale a pena conferir nesse post.

Ferramenta que mede o potencial da energia solar na América Latina

Um relatório divulgado pelo Banco Mundial revela que um quinto da população do planeta distribui-se entre 70 países com alto potencial para exploração da energia solar. Segundo o mesmo relatório, 93% da população do mundo está situada em países com condições favoráveis à implantação de energia solar fotovoltaica com potencial para retorno positivo. Isso significa que o investimento na produção de energia limpa e mais barata terá retorno positivo em um espaço de tempo não muito longo.

Os dados apontados acima estão reunidos no Atlas Solar Global, também disponibilizado pelo Banco Mundial. E essa é a primeira ferramenta que permite analisar o potencial da energia solar na América Latina, em cada país, região ou local específico. Alguém pode dizer que tenha demorado para este serviço ser desenvolvido, mas o benefício que os dados trazem para o setor é enorme.

Potencial da energia solar na América Latina entre os maiores do Mundo

Os números pesquisados mostram que países como Argentina, Peru, Chile (países hermanos) e México apresentam alto potencial de geração de energia solar. No caso do México, 1% da área total do país apresenta potencial de produção de energia solar fotovoltaica suficiente para abastecer toda a população mexicana.

O Brasil não apresenta pontos específicos de alta incidência, como acontece com o México. Nosso potencial é bem distribuído ao longo do território, a partir da região central e se desloca, principalmente, para o nordeste e para o sul.

Nosso diferencial é a baixa sazonalidade, ou seja, não há épocas de alto potencial ou produção, mas, um potencial considerado positivo durante todo o ano. Contudo, já ultrapassamos 300 mil sistemas de GDFV conectados à rede, com 3,6 GW de potência instalada e 374 mil unidades consumidoras.

Outros fatores determinantes para o potencial energético

Nota-se que além da fonte solar, o potencial de crescimento da indústria solar determina-se pelas necessidades de eletricidade, políticas de apoio ou restritivas. Há influência, ainda, dos custos e tempo de retorno, riscos relacionados ao clima, estabilidade das redes elétricas e previsibilidade do fornecimento de energia solar. Sem falar na interconexão de redes que permitem a transmissão e a distribuição, além de outros fatores técnicos, sociais e econômicos.

Sendo assim, a energia solar fotovoltaica tende a permanecer economicamente atraente mesmo em países com potencial relativamente baixo de recursos solares. Isso se deve à prevalência de altos preços da eletricidade ou à alta carga de pico de consumo diurno na indústria.

Sabemos que muitos países são menos desenvolvidos em termos de confiabilidade do fornecimento e acesso à eletricidade. Nesses lugares, há uma tendência para um potencial solar fotovoltaico muito alto, até então, inexplorado.

Banco Mundial quer mais investimentos neste potencial

O acesso a dados como estes informa os investidores sobre o tamanho do potencial que pode ser explorado e em qual escala. O interesse do Banco Mundial é facilitar aos investidores a tomada de decisão sobre a realização de investimentos neste setor.

O Programa de Assistência à Gestão do Setor de Energia do Banco Mundial pretende incentivar mais os investimentos em países com grande potencial de produção de energia solar, seja por motivos em que a geografia favorece ou porque há a necessidade de aprimoramento na produção e consumo de energia. Assim, a avaliação permanente do potencial de cada país diminui os riscos do investimento neste setor.

Vale dizer que, no Brasil, este mercado já acumula R$ 17 bilhões investidos desde 2012, gerando 120 mil empregos e a certeza de que ainda há muito a ser explorado.

Apoio pelo Banco Mundial

O Banco Mundial está empenhado em apoiar esses países para aproveitar a oportunidade de energia solar limpa e de baixo custo. Isso é possível de uma forma que garanta suporte ao desenvolvimento econômico e à criação de empregos. Tais medidas podem ocorrer por meio da Iniciativa de Mitigação de Risco Solar do Programa de Assistência à Gestão do Setor Energético.

O apoio citado abrange a expansão de mercados para a distribuição de sistemas solares domésticos por meio da iniciativa Lighting Global. Estende-se, ainda, ao estabelecimento de mini redes verdes, investimento em parques solares de grande escala e infraestrutura compartilhada, em apoio ao desenvolvimento do setor privado.

Esses dados representam uma enorme oportunidade para a América Latina se posicionar como um polo de energia solar. Além de fortalecer a economia e a sustentabilidade para enfrentar as questões climáticas como, as crises hídricas e outras demandas relativas a questões humanitárias.

As ações do Banco Mundial são ligadas ao desenvolvimento e a diminuição da pobreza no mundo. Ver a instituição analisar o potencial dos países para a produção de energia solar e apontar o setor como vetor de desenvolvimento, a ponto de reunir dados e com eles auxiliar a decisão de investidores na produção de energia mais limpa e barata, só mostra que estamos no caminho correto quando trabalhamos para proporcionar maior acesso a equipamentos e tecnologia relacionados à energia solar.